Em 20 de fevereiro de 2017
Quatorze questionamentos que você pode ter ao iniciar um projeto didático!Benefícios para o professor:
- Aumento do profissionalismo;
- Maior colaboração entre os colegas;
- Oportunidade de estabelecer relacionamentos com os alunos;
- Introduz uma variedade maior de oportunidades de aprendizagem para a turma.
Benefícios para os alunos:
- Oportunidades para desenvolver atividades complexas;
- Resolução de problemas com colaboração e comunicação;
- Melhor envolvimento nas atividades reais.
Um projeto possibilita tirar as pedras do caminho, mover-se. É um
empreendimento a ser realizado dentro de um determinado esquema. Vamos aos
pontos cruciais para desenvoltura desse método que sempre rompe com a
estagnação e conteúdos soltos.
1. O que é projeto didático?
Aprendemos que é um tipo de organização e planejamento do tempo e dos conteúdos que envolve uma situação- problema.Seu objetivo é articular propósitos didáticos (o que os alunos devem aprender) e propósitos sociais (o trabalho tem um produto final, como um livro ou uma exposição, que vai ser apreciado por alguém).
Além de dar um sentido mais amplo às práticas escolares, o projeto evita a fragmentação dos conteúdos e torna a garotada corresponsável pela própria aprendizagem.
2. Quais as características de uma boa proposta?
1. Tema: delimitar e conhecer bem o assunto que será estudado e pesquisá-lo previamente.
2. Objetivos: escolher uma meta de aprendizagem principal e outras secundárias que atendam às necessidades de aprendizagem
3. Conteúdos: ter clareza do que as crianças conhecem e desconhecem sobre o tema e o conteúdo do trabalho.
4. Tempo estimado: construir um cronograma com prazos para cada atividade, delimitando a duração total do trabalho.
5. Material necessário: selecionar previamente os recursos e materiais que serão usados, como sites e livros de consulta.
6. Apresentação da proposta: deixar claro para a sala os objetivos sociais do trabalho e quais os próximos passos.
7. Planejamento das etapas: relacionar uma etapa à outra, em uma complexidade crescente.
8. Encaminhamentos: antecipar quais serão as perguntas que você fará para encaminhar a atividade.
9. Agrupamentos: prever quais momentos serão em grupo, em duplas e individuais.
10. Versões provisórias: revisar o que a garotada fez e pedir novas versões do trabalho.
11. Produto final: escolher um produto final forte para dar visibilidade aos processos de aprendizagem e aos conteúdos aprendidos.
12. Avaliação: prever os critérios de avaliação e registrar a participação de cada um ao longo do trabalho.
3. Todo projeto precisa ser
interdisciplinar?

Aprendemos que não.
Um
projeto focado em apenas uma área tem grande valor, já que permite um mergulho
mais profundo no conteúdo trabalhado. A ideia de que projetos didáticos precisam ser interdisciplinares pode estar
relacionada a uma confusão entre essa estratégia, os projetos institucionais e
os temas geradores.
4. É melhor criar um projeto ou aplicar um já testado?
4. É melhor criar um projeto ou aplicar um já testado?
Para um
profissional que tem pouca experiência com esse tipo de trabalho, é melhor
utilizar um bom modelo, com todas as etapas definidas e os objetivos
previamente pensados e aprovados.
Não há demérito nisso. Nas melhores escolas, é comum replicar boas práticas. "Um projeto nunca vai ser uma receita fechada, que o professor simplesmente lê e desenvolve em classe com a turma. É preciso adaptar as atividades levando em consideração as características dos alunos e a realidade local", ressalta Clélia Cortez, coordenadora pedagógica do Colégio Vera Cruz, em São Paulo. Um trabalho sobre animais, por exemplo, fica muito mais interessante se focar as espécies encontradas na região.
Não há demérito nisso. Nas melhores escolas, é comum replicar boas práticas. "Um projeto nunca vai ser uma receita fechada, que o professor simplesmente lê e desenvolve em classe com a turma. É preciso adaptar as atividades levando em consideração as características dos alunos e a realidade local", ressalta Clélia Cortez, coordenadora pedagógica do Colégio Vera Cruz, em São Paulo. Um trabalho sobre animais, por exemplo, fica muito mais interessante se focar as espécies encontradas na região.
O primeiro
passo é ter clareza sobre o que você quer ensinar, o que espera que os alunos
aprendam e o que eles já sabem.
Assim é possível garantir dois importantes critérios didáticos: a continuidade
e a variedade de conteúdos ao longo dos anos.
Feito um recorte no
conteúdo - levando em conta a faixa etária da turma e as necessidades de
aprendizagem -, é preciso conhecê-lo a fundo e selecionar os materiais a ser
usados, como textos, livros e sites. Só então são elaboradas as etapas.
Sobre o que eu espero que a classe reflita? No que quero que avance?
"Os projetos ajudam a dar voz às crianças por meio da problematização constante. Quando perguntamos da maneira correta, elas indicam o que entenderam e dão sinais do que deve ser ajustado na compreensão. Isso permite avaliar como o trabalho está caminhando e para onde seguir", explica Clélia Cortez.
Sobre o que eu espero que a classe reflita? No que quero que avance?
"Os projetos ajudam a dar voz às crianças por meio da problematização constante. Quando perguntamos da maneira correta, elas indicam o que entenderam e dão sinais do que deve ser ajustado na compreensão. Isso permite avaliar como o trabalho está caminhando e para onde seguir", explica Clélia Cortez.
Pensar no
encadeamento das etapas também é fundamental. A ordem é lógica? Esse é o melhor
caminho para que a garotada aprenda? A próxima tarefa é construir um cronograma
e detalhar como desenvolver o trabalho em sala. Nesse ponto, é essencial ter
definido o produto final - uma feira cultural ou um blog, por exemplo - e se
haverá um momento de finalização e socialização do trabalho. Em caso
afirmativo, qual o objetivo dessa culminância? Essas decisões interferem na
gestão de tempo e na busca pelos recursos. Por fim, é necessário definir os
critérios de avaliação. Tudo isso precisa estar escrito e serve como uma
bússola para o trabalho.
7. Cada etapa deve ter um
objetivo?
Sim. Cada atividade deve ter o seu, sempre relacionado ao
principal. Quando
se sabe o que é preciso ensinar em cada momento, é mais fácil intervir e ajudar
a turma a avançar.
Em alguns momentos, é possível pensar em objetivos secundários que não tenham necessariamente relação com o propósito de ensino maior. É comum isso ocorrer em atividades relacionadas ao produto final, como no caso de as crianças fazerem um desenho para a capa do livro da turma. Isso não está ligado à escrita, mas é uma ação comum na produção de publicações - dentro e fora da escola. Já que se quer preservar as práticas sociais, vale prever isso. O principal cuidado é não reservar muito tempo para esses momentos secundários. Eles devem ser pontuais e focados.
Em alguns momentos, é possível pensar em objetivos secundários que não tenham necessariamente relação com o propósito de ensino maior. É comum isso ocorrer em atividades relacionadas ao produto final, como no caso de as crianças fazerem um desenho para a capa do livro da turma. Isso não está ligado à escrita, mas é uma ação comum na produção de publicações - dentro e fora da escola. Já que se quer preservar as práticas sociais, vale prever isso. O principal cuidado é não reservar muito tempo para esses momentos secundários. Eles devem ser pontuais e focados.
8. Como antecipar as
dificuldades dos alunos?
É preciso pensar em atividades específicas para estudantes com níveis diferentes de saber. Para contemplar todos eles, há três saídas: variar a complexidade das tarefas apresentadas, organizar os alunos em grupos e dar atenção àqueles que mais precisam.
A solução é investigar as experiências que os estudantes tiveram anteriormente e, se necessário, reservar um tempo para o trabalho com esses procedimentos. Outra opção é retomar registros de atividades anteriores e verificar os pontos que vão necessitar de mais atenção durante o projeto.
É preciso pensar em atividades específicas para estudantes com níveis diferentes de saber. Para contemplar todos eles, há três saídas: variar a complexidade das tarefas apresentadas, organizar os alunos em grupos e dar atenção àqueles que mais precisam.
A solução é investigar as experiências que os estudantes tiveram anteriormente e, se necessário, reservar um tempo para o trabalho com esses procedimentos. Outra opção é retomar registros de atividades anteriores e verificar os pontos que vão necessitar de mais atenção durante o projeto.
9. Todas as atividades devem ser
em grupo?
Não. Um bom
projeto contempla atividades em que os alunos atuam sozinhos, em duplas e em
grupos. Porém,
como os projetos envolvem a turma toda e o produto final é uma obra coletiva,
muitos pensam que tudo deve ser feito em equipe. Um bom critério para
definir de que forma os estudantes vão realizar a tarefa é sua complexidade.
10. Como apresentar a proposta à
turma?
O primeiro
passo é criar um clima de curiosidade. Para envolver a garotada, de nada adianta só dizer:
"Vamos trabalhar nos próximos meses com um projeto". "O sucesso
da estratégia está condicionado ao interesse despertado no estudante,
valorizado como pesquisador e expositor do que apreendeu", explica Jorge
dos Santos Martins, autor de livros sobre projetos de pesquisa. O ideal é começar a conversa problematizando o tema e o produto final. Nesse caso, o recomendado é envolver os alunos na discussão sobre como chegar ao resultado esperado.
11. Quando é preciso replanejar?
Sempre, já
que nunca o que foi previsto se confirma totalmente na prática.
Em geral, o planejamento é ajustado e repensado a
cada etapa vencida, de acordo com os indícios que os alunos dão sobre o que
estão efetivamente aprendendo durante o processo. É comum identificar pontos
que precisam ser retomados antes de iniciar a etapa seguinte ou conteúdos que
necessitam ser reforçados para garantir novas aprendizagens.
"Todo
professor deve se perguntar ao fim de cada atividade ou etapa se o andamento do
trabalho está de acordo com o que quer ensinar", recomenda Paula Stella,
coordenadora pedagógica da Comunidade Educativa Cedac, em São Paulo.
Um alerta:
ter de replanejar uma parte do projeto é muito diferente de desenvolver o
trabalho de forma intuitiva. Quando não há um plano, as intervenções ficam
menos efetivas e o professor tem de correr, ao término de cada aula, para
preparar as atividades da próxima. Replanejar é retornar à etapa anterior,
incluir uma nova ou repensar aspectos das que estavam previstas.
12 Vale interferir para
aperfeiçoar o produto final?
Sim, mas
desde que o objetivo seja fazer com que a própria turma aperfeiçoe o trabalho
realizado. Não
é tarefa do professor melhorar sozinho o acabamento de um cartaz ou o texto de
um diário de campo escrito pelos alunos.
Como já devem ter entrado em contato
com diversos modelos do produto final escolhido, eles podem retomá-los,
comparar ao que produziram e corrigir trechos que não ficaram a contento.
"Quando está envolvida com o propósito social do projeto e sabe para que
ele serve, a garotada se dispõe a refazê-lo inúmeras vezes", avalia Paula
Stella.
13. Como avaliar os estudantes?
No caso dos
projetos, são três os eixos de aprendizagem que podem ser considerados na
avaliação:
- o conteúdo;
- o aprofundamento no tema;
- a aproximação com a prática social relacionada ao produto final.
- o aprofundamento no tema;
- a aproximação com a prática social relacionada ao produto final.
As respostas dadas
pelos alunos ao longo do processo dão pistas sobre o que já foi compreendido e
no que ainda é preciso avançar, assim como os momentos de sistematização dos
conteúdos - quando a turma define com suas palavras os conceitos estudados.
Os projetos possibilitam ainda uma avaliação do trabalho do professor e indicam em que pontos sua condução precisa ser ajustada. Algumas questões que norteiam as análises: a forma de conduzir o trabalho foi adequada? Foram feitas intervenções sempre que necessário? As atividades responderam ao objetivo de cada etapa? Os materiais usados foram adequados? O tempo previsto foi suficiente? Esse tipo de reflexão tem uma importância formativa única para o professor e pode impactar positivamente a prática cotidiana.
Os projetos possibilitam ainda uma avaliação do trabalho do professor e indicam em que pontos sua condução precisa ser ajustada. Algumas questões que norteiam as análises: a forma de conduzir o trabalho foi adequada? Foram feitas intervenções sempre que necessário? As atividades responderam ao objetivo de cada etapa? Os materiais usados foram adequados? O tempo previsto foi suficiente? Esse tipo de reflexão tem uma importância formativa única para o professor e pode impactar positivamente a prática cotidiana.
14 Qual a importância da
culminância?
São duas as funções
principais das cerimônias de fechamento de um projeto didático: dar ao aluno
visibilidade para o processo de aprendizagem pelo qual passou e apresentar o
trabalho da turma para a comunidade e os pais, que são estimulados a perceber o
avanço de seus filhos.
O evento só cumprirá
esses dois papéis se estiver prevista a exposição dos objetivos de cada
atividade realizada, dos registros das várias versões do produto final e das
fotos que ilustram o processo. Fazer uma festa bonita não deve ser a maior
preocupação da escola- como é bastante comum -, mas o mínimo de organização
precisa ser garantido.
Sem despender muito
tempo nessa tarefa, professores e gestores precisam tomar uma série de
providências, como conseguir microfones para as apresentações orais, organizar
as cadeiras para os convidados e distribuir pelo espaço reservado para o evento
suportes para expor os trabalhos.
Não existe uma receita pronta, mas trabalhar cada um desses questionamentos durante as aulas teóricas foi essencial para produção do nosso próprio projeto.Podemos perceber que o projeto vai além dos limites do Currículo Escolar.e conscientiza os alunos do seu processo de aprendizagem, pois exige um maior envolvimento da turma.
Nesse sentido, a Pedagogia de Projetos visa a re-significação do espaço escolar, transformando-o em um espaço vivo de interações, aberto ao real e às suas múltiplas dimensões, trazendo uma nova perspectiva para se entender o processo de ensino – aprendizagem. Nesse processo, todo conhecimento é construído em estreita relação com os contextos em que são utilizados, sendo impossível separar os aspectos cognitivos, emocionais e sociais, pois a formação dos alunos não pode ser pensada apenas como uma atividade intelectual. É um processo global e complexo onde o conhecer e o intervir no real não se encontram dissociados. “Aprende-se participando, vivenciando sentimentos, tomando atitudes diante dos fatos, escolhendo sentimentos para atingir determinados objetivos.
"Não é correto transformar a culminância na grande estrela de um projeto. O mais atrativo é o caminho pelo qual todos passaram e as realizações das crianças", explica Maria Alice Junqueira.
Alerta: a participação dos alunos na culminância deve ter caráter pedagógico, incluindo a definição de critérios para a exposição do material, e não na produção de enfeites, o que não se relacionam a nenhum objetivo.Não existe uma receita pronta, mas trabalhar cada um desses questionamentos durante as aulas teóricas foi essencial para produção do nosso próprio projeto.Podemos perceber que o projeto vai além dos limites do Currículo Escolar.e conscientiza os alunos do seu processo de aprendizagem, pois exige um maior envolvimento da turma.
Nesse sentido, a Pedagogia de Projetos visa a re-significação do espaço escolar, transformando-o em um espaço vivo de interações, aberto ao real e às suas múltiplas dimensões, trazendo uma nova perspectiva para se entender o processo de ensino – aprendizagem. Nesse processo, todo conhecimento é construído em estreita relação com os contextos em que são utilizados, sendo impossível separar os aspectos cognitivos, emocionais e sociais, pois a formação dos alunos não pode ser pensada apenas como uma atividade intelectual. É um processo global e complexo onde o conhecer e o intervir no real não se encontram dissociados. “Aprende-se participando, vivenciando sentimentos, tomando atitudes diante dos fatos, escolhendo sentimentos para atingir determinados objetivos.
A função do projeto é a de tornar a aprendizagem real e atrativa para o educando, englobando a educação em um plano de trabalho agradável, sem impor os conteúdos programáticos de forma autoritária. Assim o aluno busca e consegue informações, lê, conversa, faz investigações, formula hipóteses, anota dados, calcula, reúne o necessário, e por fim, converte tudo isso em ponto de partida para a construção e ampliação de novas estruturas cognitivas.


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